sábado, abril 22, 2006

 

Terapias

Pouco antes da Páscoa, li em algum lugar na web uma frase anônima: "Chocolate é mais barato que terapia e você não precisa marcar hora." Tá, chocolate é bom sim - chocoólatra que sou, eu que o diga - mas definitivamente não substitui certas terapias...

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Descobrir uma nova amizade é sempre uma delícia. Principalmente quando rola uma confiança mútua. Passar uma tarde trocando confidências, ouvindo e sendo ouvida, dividindo, aconselhando e sendo aconselhada - não tem preço!

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Volto a estudar depois de 10 anos e descubro no pré-vestibular:
  1. que Física não é tão chato e nem tão difícil assim
  2. que Inglês continua sendo a minha matéria preferida, a que eu sempre tirei de letra
  3. que Matemática é bem mais agradável hoje do que era há 10 anos, antes de concluir a Faculdade de Informática
  4. que em Biologia, ainda odeio as nomenclaturas de Botânica (blergh!) mas ainda lembro de tudo em Genética. E essas aulas em especial são ainda mais interessantes devido aos alelos recessivos do professor que garantem a este um fenótipo de extraordinários olhos azuis

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"Olha só mãe. O que você achou? Até que não ficou mal, né...?"
"O quê não ficou mal?"
"Como assim o quê? Não tá vendo???"
"Vendo o quê?"
"Meus óculos novos, mãe. Eu não usava até alguns minutos atrás, lembra?"
"Ah tah. Nossa, nem dá pra ver que você está de óculos!"

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Incrível o que um simples telefonema pode fazer com o seu dia. Sim, um simples telefonema. Nenhum compromisso marcado através dele, nenhum encontro, festa, balada, passeio no parque, nada. Apenas um telefonema, uma voz do outro lado da linha e eis um belo sorriso no rosto até o fim do dia. Bendito seja o tio Bell! E ele nem chegou a conhecer o SMS. tsc, tsc, tsc...

sábado, abril 15, 2006

 

Sentidos e ciclos

Ver, ouvir, tocar, inalar, degustar.
Está tudo ao seu redor, tudo a experimentar, a descobrir. A razão de ser, a essência de todos os seus sentidos, está na existência de tudo o que há. E dominado pelos seus sentidos você se deixa conduzir por todos os caminhos possíveis e busca incessantemente por tudo o que há.

Entender, desentender, gostar, desgostar.
Na sua busca, você encontra de tudo. E esse tudo é tanto, que algumas coisas você nem pára para apreciar ou analisar. Algumas porque você avalia previamente serem desinteressantes, logo à primeira vista. Outras porque o ritmo frenético da sua busca, muitas vezes não lhe permite parar. Mas quando encontra o que procura, ou encontra o que nem você sabia que estava procurando, mas que mesmo assim tem certeza que é o que quer, ou que você pensa ser o que procura, você pára sem nem pensar. Apenas ama e entende assim, de imediato.

Incorporar, expelir, construir, destruir.
Ao encontrar o que procura, você incorpora ao seu ser. Constrói o seu mundo, reforma o já existente ou leva à baixo o mundo anterior pra criar um novo mundo, o seu novo mundo, a sua nova gênese, o seu renascimento.

Gozar, sofrer, rir, chorar.
No seu novo mundo, tudo é prazer, mesmo que sob a dor. Tudo é alegria, mesmo que sob as lágrimas. O céu é sempre azul, cheio de brancas nuvens e estrelas. Mesmo que esteja tudo errado e fora de lugar, mesmo que aos olhos alheios não seja, aos seus olhos é um mundo perfeito, o seu imperfeito mundo perfeito.

Evoluir, involuir, brigar, perder.
O mundo ao redor do seu evolui, você evolui, mas o seu mundo continua intocado de tão perfeito. E você se dá conta de que não é mais possível consertá-lo, pois ele se tornou obsoleto ao seu novo ser, ao seu novo existir. Você resiste à idéia ante ás lembranças que o seu mundo te traz, ante à lembrança dos sentimentos que o construíram, mas que agora também se tornaram obsoletos. E você briga para mantê-lo de pé. Mas os alicerces estão frágeis e desgastados e o seu mundo desmorona sob os seus pés.

Dor, revolta, raiva, tristeza, amargura, desilusão.
Frente à derrota, desabrigado, por muito tempo você se desespera e sofre. Até se conformar. Mesmo não sendo mais constante, a dor, por vezes, ainda o atormenta e você se julga fraco. Fraco por ter desistido, por não ter lutado. Chega a desacreditar os sentimentos que antes foram o alicerce de seu mundo perfeito. Mas na verdade sabe que isso é só um dentre todos os fins que ainda virão. E então se despe das antigas vestes porque sabe que é aí que tudo volta ao começo:

Ver, ouvir, tocar, inalar, degustar.

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