sexta-feira, outubro 27, 2006
27 de outubro
Um ano. 365 dias.
365 chances de acerto.
365 erros acertados.
Perdas irreparáveis.
Duras consequências.
Irreversíveis consequências.
Pela incerteza das escolhas: erros.
Pela certeza das consequências: o fim.
Este ano não tem presente.
Muito menos, prêmio de consolação.
Feliz aniversário
365 chances de acerto.
365 erros acertados.
Perdas irreparáveis.
Duras consequências.
Irreversíveis consequências.
Pela incerteza das escolhas: erros.
Pela certeza das consequências: o fim.
Este ano não tem presente.
Muito menos, prêmio de consolação.
Feliz aniversário
quarta-feira, outubro 18, 2006
Typo
Coma. É tudo de que preciso...
...
O que eu disse?...
...
Cama! Era cama o que eu devia dizer...
...
O que eu disse?...
...
Cama! Era cama o que eu devia dizer...
quarta-feira, outubro 11, 2006
Noites intermináveis...
Acordei assustada e angustiada hoje por causa de um sonho. Sonhei que assassinava meus pais e outras várias pessoas com pedaços de um espelho quebrado. Não lembro porque.
Dormir ou permanecer acordada? O que será pior?
Dormir ou permanecer acordada? O que será pior?
terça-feira, outubro 03, 2006
O Livro
Eu tinha um Livro. Meu Livro predileto. Meu Livro de cabeceira. Meu Livro.
Me lembro muito vagamente do dia em que o comprei, de tê-lo visto na prateleira e de tê-lo julgado com desdém. Depois de mais uma volta pela livraria, me deparei novamente com ele. A capa não era nem bonita. O título pouco atraente. Mesmo assim, diante da teimosia dele em chamar minha atenção mais de uma vez, resolvi pegá-lo nas mãos, folheá-lo. Abri aleatoriamente em um capítulo e li. Desde então, não me lembro de ter olhado para mais nada dentro daquela livraria nem de qualquer outra.
Era a última coisa que eu via ao fechar os olhos e a primeira ao acordar. E mesmo enquanto eu dormia, sonhava com ele ou com as coisas que eu lia nele. Era a ele quem eu recorria quando estava triste ou quando estava alegre, tamanha a afinidade dele com as palavras que carregava. Mudou minha aparência, meu metabolismo, meus hábitos, meu ser. Mas não sei onde anda! Sumiu. Já faz tempo está perdido...
Minha culpa. Tamanha era a minha vontade de estar sempre com ele e a falta que me fazia ao longo do dia que, vez ou outra, tirava-o da cabeceira pela manhã e levava-o comigo. Não entendi que a natureza dele era a cabeceira, apenas a cabeceira. Quis mais do que eu deveria querer e agora não o tenho mais. Perdido...
Tenho procurado por ele incessantemente, e nada. Já pensei em comprar um livro novo, mas não é a mesma coisa. Tentei várias vezes, confesso. Mas o meu Livro tinha até um cheiro diferente, único, não o cheiro sempre igual desses livros novos de livraria. Também já tentei os sebos. Mas nos sebos, todos os cheiros dos livros usados, ali se misturam. Porque cada livro, depois de lido, guarda um cheiro diferente. Nenhum deles tem cheiro igual ao do outro.
Eu sei. Há milhares de livros pra se ler e eu tenho mesmo procurado por outros. Mas não consegui ainda encontrar nesses livros o que o meu Livro me dava. E talvez aí esteja o meu erro. Procurar o meu Livro, em outros livros. Talvez eu deva simplesmente procurar um novo livro. Simplesmente novo. E nada mais.
Me lembro muito vagamente do dia em que o comprei, de tê-lo visto na prateleira e de tê-lo julgado com desdém. Depois de mais uma volta pela livraria, me deparei novamente com ele. A capa não era nem bonita. O título pouco atraente. Mesmo assim, diante da teimosia dele em chamar minha atenção mais de uma vez, resolvi pegá-lo nas mãos, folheá-lo. Abri aleatoriamente em um capítulo e li. Desde então, não me lembro de ter olhado para mais nada dentro daquela livraria nem de qualquer outra.
Era a última coisa que eu via ao fechar os olhos e a primeira ao acordar. E mesmo enquanto eu dormia, sonhava com ele ou com as coisas que eu lia nele. Era a ele quem eu recorria quando estava triste ou quando estava alegre, tamanha a afinidade dele com as palavras que carregava. Mudou minha aparência, meu metabolismo, meus hábitos, meu ser. Mas não sei onde anda! Sumiu. Já faz tempo está perdido...
Minha culpa. Tamanha era a minha vontade de estar sempre com ele e a falta que me fazia ao longo do dia que, vez ou outra, tirava-o da cabeceira pela manhã e levava-o comigo. Não entendi que a natureza dele era a cabeceira, apenas a cabeceira. Quis mais do que eu deveria querer e agora não o tenho mais. Perdido...
Tenho procurado por ele incessantemente, e nada. Já pensei em comprar um livro novo, mas não é a mesma coisa. Tentei várias vezes, confesso. Mas o meu Livro tinha até um cheiro diferente, único, não o cheiro sempre igual desses livros novos de livraria. Também já tentei os sebos. Mas nos sebos, todos os cheiros dos livros usados, ali se misturam. Porque cada livro, depois de lido, guarda um cheiro diferente. Nenhum deles tem cheiro igual ao do outro.
Eu sei. Há milhares de livros pra se ler e eu tenho mesmo procurado por outros. Mas não consegui ainda encontrar nesses livros o que o meu Livro me dava. E talvez aí esteja o meu erro. Procurar o meu Livro, em outros livros. Talvez eu deva simplesmente procurar um novo livro. Simplesmente novo. E nada mais.